quarta-feira, 2 de junho de 2010

O Rapaz do Pijama às Riscas - Um Final Diferente...


Na aula de Língua Portuguesa, foi pedido aos alunos que escolhessem um livro ao seu gosto, o lessem e fizessem um trabalho sobre ele. Após a leitura do livro O Rapaz do Pijama às Riscas, o aluno Fábio Abreu sugeriu um final diferente, uma vez que o livro apresentava um final trágico para as personagens que mais o cativaram.
Uma vez que se trata de um texto bem elaborado, rico em sentimentos e que mostra uma visão pura e cheia de esperança na humanidade, não podemos deixar de vos dar a conhecer aquilo que consideramos um exemplo a seguir.
[…]
- Disseste que tínhamos de procurar pistas - disse Shmuel.
- Pois, pistas… - disse Bruno a pensar que tipo de pistas costumava ver nos filmes e livros de detectives. – Já sei! Qual é mais ou menos a estatura do teu pai?
- Bem, o meu pai é mais alto, mas também mais magro do que eu.
- Assim vai ser complicado, pois deve haver milhares de pessoas aqui que sejam mais altas e mais magras que tu. Como é que ele se chama?
- Ele chama-se Boyne, mas achas que isso nos ajuda a descobrir onde ele está? -perguntou Shmuel.
- Sim, porque assim vamos perguntar às pessoas se conhecem um homem chamado Boyne que era relojoeiro e, se eles disserem que sim, perguntamos se o têm visto.
- Boa ideia. Acho que vamos conseguir!
E assim foram os dois perguntando a várias pessoas se conheciam o senhor Boyne que era relojoeiro e se o tinham visto, mas nada lhes corria bem, pois já ninguém o via há uns dias.
Quando já estavam prestes a desistir, perguntaram a um homem velhote que estava sentado no chão, que respondeu o seguinte:
- Conhecia o Boyne, mas acho que ele, a esta hora, já não deve estar vivo…
Bruno e Shmuel começaram a ficar muito nervosos e perguntaram em simultâneo:
- Porquê?
- Porque eu vi-o, ainda há pouco, a ir num grupo rodeado de soldados a marchar e normalmente, quando se vê alguma pessoa nesses grupos, é a última vez.
- Paaaaaiiiiiiii! - gritou Shmuel.
- Calma - disse Bruno a tentar acalmar o amigo – para onde é que esse grupo se dirigiu? – pergunta ao idoso.
- Para além. - indicou o homem com a sua mão muito magra e com a pele enrugada.
Bruno e Shmuel nem deixaram o homem acabar de falar e dirigiram-se logo para lá.
Entretanto já andava não só a família de Bruno à procura dele em casa e no jardim como também os soldados à procura nas redondezas. Houve um soldado que encontrou as roupas de Bruno junto à vedação e chamou imediatamente o comandante (pai de Bruno).
- Ele esteve aqui e trocou de roupa. - disse o soldado.
O comandante, ao aperceber-se que o filho estava em perigo, passou também ele por baixo da vedação e correu aos gritos à procura dele.
Ao mesmo tempo, Bruno e Shmuel já tinham encontrado Boyne mas não o conseguiram tirar de lá, pois os soldados obrigaram-nos a entrar no grupo.
O pai de Bruno continuava à procura dele. Correu todos os barracões e não o encontrou. Já estava a ficar desesperado, até que se lembrou da câmara de gás para onde eram encaminhados os judeus que iam ser mortos. Quando lá chegou, viu a porta a ser fechada e viu através do vidro a cara de Bruno.
- Parem! Abram a porta! - ordenou o pai de Bruno ao soldado que estava a fechar a porta.
O soldado obedeceu ao comandante e abriu a porta. A grande multidão que estava dentro da sala saiu a correr e, lá no meio, vinham Bruno, Shmuel e Boyne.
- Pai! - gritou Bruno.
O pai olhou para trás e viu Bruno junto a Shmuel e Boyne.
- Foram eles que te obrigaram a vir cá para dentro? - gritou o comandante quase a bater em Boyne.
- Não pai, eles não são nada do que tu pensas. O Shmuel é o meu melhor amigo secretamente, há um ano e meio, e este é o pai dele. Eles não são maus! Por favor, liberta-os a todos. - respondeu Bruno.
O pai de Bruno, ao ouvir as palavras do filho, começou a chorar e pensou em tudo o que já tinha feito àquelas pessoas que não lhe tinham feito mal nenhum e mandou imediatamente suspender todas as actividades do campo de concentração, voltando para casa com Bruno, Shmuel e Boyne.
Quando chegaram a casa, a mãe e a irmã de Bruno correram para o abraçar.
- Bruno! - gritou a mãe.
- Pensei que nunca mais te podia atormentar! - disse a irmã a sorrir.
- Quem são estes? - perguntou a mãe.
Então, Bruno apresentou Shmuel e Boyne à sua mãe.
O pai de Bruno, depois de toda aquela situação em que quase perdeu o filho, esteve muito tempo a reflectir e decidiu mudar a sua atitude deixando de ser a favor dos campos de concentração para passar a ser contra. Essa atitude levou a que o “Fúria” o tirasse do cargo de Comandante das tropas.
Toda a família voltou para Berlim para a mansão. O pai de Bruno comprou uma casa para Shmuel e Boyne e ajudou-os a recriarem a sua relojoaria, mas desta vez na Alemanha.
Depois de muito esforço, o pai de Bruno conseguiu ocupar o lugar de “Fúria” na presidência do país e assim acabou com os campos de concentração.
Depois disso, conseguiu também convencer os alemães de que os Judeus não eram nada do que o anterior “Fúria” dizia, passando a haver total liberdade de religiões e etnias na Alemanha.

Fábio Abreu, n.º 3, 9.º A

Era bom que todas as histórias (de vida) acabassem assim…

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