Na rádio escola, foi hoje transmitada em direto a seguinte entrevista, realizada por alunos do 9º ano de escolaridade :
Jornalista (Diogo Abdul, 9ºB) :Bom dia, ouvintes da rádio escola Dr. Fortunato de Almeida. Sou Diogo Abdul e hoje no programa “Um país sem memória é um país sem futuro”, vou entrevistar os alunos Daniela Esteves, Rafaela Gomes, João Ferreira, André Santos, Hélder Sampaio e Mariana Pereira, das turmas A e B do 9º ano de escolaridade, sobre os acontecimentos da História de Portugal que conduziram à queda da Monarquia e à implantação da República, no dia 5 de Outubro de 1910.
João, o que é que contribuiu para aumentar o descontentamento de grande parte dos portugueses face à monarquia e aumentar o número de apoiantes do partido republicano?
Jornalista (Diogo Abdul) : Diga então Daniela , o que mais contribuiu para o descontentamento dos portugueses em relação à monarquia ?
Daniela Esteves : A humilhação que os portugueses sentiram quando o rei D. Carlos aceitou o ultimato inglês de 1890. Este ultimato era um último aviso. Se não nos retirássemos dos territórios que ligavam por terra Angola a Moçambique, a Inglaterra cortava relações diplomáticas com Portugal e podia recorrer à força. Portugal desistiu daqueles territórios a favor dos ingleses, tendo cedido às ameaças da Inglaterra.
Além disso, muita gente considerava que o rei D. Carlos passava demasiado tempo em viagens e caçadas, mais do que a cuidar dos interesses do reino.
Jornalista (Diogo Abdul): Rafaela, estes acontecimentos conduziram logo à queda da monarquia?
Além disso, muita gente considerava que o rei D. Carlos passava demasiado tempo em viagens e caçadas, mais do que a cuidar dos interesses do reino.
Jornalista (Diogo Abdul): Rafaela, estes acontecimentos conduziram logo à queda da monarquia?
Rafaela Gomes (9ºA) : Não. No dia 31 de Janeiro de 1891 houve uma tentativa de pôr fim à Monarquia, no Porto, mas fracassou. Esta revolta foi controlada pelas tropas leais ao rei, no entanto, fez aumentar os adeptos da República.
Já no início do século XX, o rei D. Carlos autorizou que o chefe do governo, João Franco, governasseem ditadura. Todas as criticas ao governo e à Monarquia eram severamente reprimidas. Muitos republicanos foram presos e desterrados para as colónias.
Jornalista (Diogo Abdul): João, terá este apoio à ditadura determinado a sentença de morte do próprio rei?
Já no início do século XX, o rei D. Carlos autorizou que o chefe do governo, João Franco, governasse
Jornalista (Diogo Abdul): João, terá este apoio à ditadura determinado a sentença de morte do próprio rei?
João Ferreira
: Certamente que sim.
Em 1908 ocorreu o Regicídio. Quando
regressavam de Vila Viçosa, no Terreiro do Paço em Lisboa, o rei D. Carlos e o
seu filho mais velho, o príncipe Luís Filipe foram assassinados. Escapou o
filho mais novo D. Manuel. Foi ele que ocupou o trono entre 1908 e 1910, com o
titulo de D. Manuel II, mas era jovem e não se mostrou capaz de resolver os
problemas do país. Demitiu João Franco, mas isso não chegou.
Jornalista (Diogo Abdul):
Hélder, quem disparou sobre o rei e o filho mais velho?
Hélder Sampaio (9ºB) : Foram Manuel dos Reis da Silva Buiça e Alfredo Costa, que eram republicanos e membros da Carbonária.
Jornalista (Diogo Abdul): Mariana, como é que os republicanos fizeram cair a monarquia em 1910?
Mariana Pereira (9ºA) : Na noite de 04 de Outubro, os republicanos iniciaram a revolução, segundo um plano estabelecido, entre outros, por Machado Santos, que pôs fim à monarquia. Os revoltosos, tanto militares como civis eram apoiados pelo partido republicano, pela Maçonaria e pela Carbonária.
Jornalista (Diogo Abdul): André, mas quando é que foi proclamada a República?
André Santos (9ºA): Na manhã do dia 05 de Outubro de 1910, José Relvas, na varanda da Câmara Municipal de Lisboa proclamou a República e anunciou um governo provisório chefiado por Teófilo Braga. Por telegrafo foi comunicado o novo regime a todo o país.
Jornalista (Diogo Abdul): Mariana, o que aconteceu ao rei D. Manuel II?
Mariana Pereira: O rei D. Manuel II foi para o exílio em Inglaterra.
Jornalista (Diogo Abdul): Daniela, quem foi o 1º Presidente da República Portuguesa?
Daniela Esteves: O 1º Presidente da Republica foi Manuel de Arriaga.
Jornalista (Diogo Abdul): Com a queda da Monarquia e a instauração de um novo regime político, a República, foi necessário mudar as leis do país. Rafaela, o que foi feito?
Rafaela Gomes: Foi elaborada a constituição de 1911 que defendia os valores da liberdade, da igualdade, da divisão dos poderes e da soberania popular, que eram os valores defendidos pelos republicanos.
André Santos: Ó Rafaela, o que é isso da soberania popular?
Rafaela Gomes: É quando o povo tem o poder de escolher os governantes através do voto.
Na Republica o poder não é transmitido de pais para filhos como acontece na Monarquia. Os governantes são eleitos.
Jornalista (Diogo Abdul): João, que medidas foram tomadas para afirmar o novo regime?
João Ferreira: Foi criada uma nova bandeira, um novo hino e uma nova moeda, o escudo.
Jornalista (Diogo Abdul): Agradeço a vossa colaboração. É muito importante relembrar os acontecimentos que marcaram a História.
Este ano, amanhã dia 05 de Outubro ainda será feriado nacional.
Passem um bom dia e não se esqueçam destes acontecimentos importantes da História de Portugal , uma vez que “Um país sem memória, é um país sem futuro”.
Sem comentários:
Enviar um comentário