quarta-feira, 2 de junho de 2010

Olimpíadas da Escrita - A arte de bem escrever


Os nossos alunos do quarto ano de escolaridade foram seleccionados para a prova final das “Olimpíadas da Escrita”, a decorrer no dia 14 de Junho de 2010. Esta actividade tem como principais objectivos a promoção do gosto pela escrita e por uma ortografia correcta, bem como a exercitação do domínio da autonomia na escrita.
Para chegar à final os alunos tiveram de realizar várias provas escritas elaboradas pela equipa da BE/CRE, as quais foram corrigidas pelos docentes que leccionam o 4.º ano de escolaridade.
Parabéns pelo empenho e esforço desenvolvido até à data.

Visita de estudo ao Porto - Passaporte do Leitor /Fórum da Leitura


A escola premiou os vinte melhores leitores (Carina Coimbras, Margarida Carvalho, Diogo Figueiredo, Gabriela Costa, Guilherme Henriques, Luís Costa, Maria Beatriz Alves, Kateryna Lasiychuk, Júlia Pires, Margarida Rocha, André Carrilho, André Santos, Daniel Dias, Daniela Esteves, Jéssica Ascenção, João Francisco Alves, Marta Ramos, Rute Carvalho, Miguel Silva e Nadine Silva) com uma visita de estudo ao Porto, onde puderam:
- Subir à Torre dos Clérigos e ter uma vista panorâmica da cidade do Porto;
- Visitar a livraria Lello, considerada uma das mais belas do mundo;
- Ir à Foz, observando de um lado a tranquilidade do rio Douro e do outro a rebeldia do Atlântico;
- Visitar o palácio da Bolsa, a Casa do Infante D. Henrique e a Igreja /Museu de São Francisco.
Os alunos foram acompanhados pelas docentes Ana Maria Silva, Mónica Ruivo, Isabel Sampaio e a assistente operacional da biblioteca, D. Conceição Maneca.
Este contacto com a arte e a cultura permitiu aumentar os conhecimentos, despertar e desenvolver sensibilidades, alargar horizontes.

Concurso Literário e Artístico – “O Direito à Liberdade” - Trabalhos Vencedores


A equipa da Biblioteca Escolar organizou um concurso literário e artístico que teve como principais objectivos incentivar a criatividade, a expressão escrita e plástica; cultivar a correcção linguística; desenvolver uma atitude crítica e reflectida perante questões vitais da existência humana, nomeadamente os direitos humanos e em particular o direito à liberdade.
Apesar de a participação ter sido reduzida, apresentam-se a seguir os trabalhos vencedores.

Liberdade

Ser livre, é maravilhoso
Viajar por esse mundo misterioso,
Não ficar trancado em casa,
A ver televisão,
Sem fazer nada,
Em que um dia o mundo é a escuridão.

Devemos ser livres,
Falar, gritar, criticar
Devemos ser como o pássaro,
E ter asas para voar,

Esse mundo misterioso,
Para desvendar,
E são enigmas a sério,

Podemos ir ao infinito e mais além,
Conhecer coisas novas,
Sem termos de aturar alguém,
Ver criaturas fabulosas,
E darmos a quem amamos rosas.
Eu, por acaso, sou livre,
Mas nem muita gente tem esse direito,
De conhecer o mundo,
De o ver a seu jeito.

Às vezes digo para mim,
Quem me dera ter as “asas especiais”,
Do pinguim,
Para explorar os setes mares,
Para descobrir tesouros,
Nos navios afundados,
E ver os ossos dos piratas louros.

Quem me dera ter as patas do veado,
Para correr muito rápido,
Ter aquelas hastes,
Fortes e majestosas,
Para me defender,
E para me entreter e dar “tosas”.

A liberdade
Significa viver,
Podíamos estar a ler,
Porque aí estamos na imaginação
E principalmente a viver.

André Luís Amaral, n.º 3, 6.º C

O direito à liberdade

Vivemos neste mundo
Teremos mais para onde ir?
Na paz do amor profundo
Há ideias para a gente reflectir
E, sempre, a Liberdade
Sentir.

Uma porta escondia
Um ambiente com cor
E muitas vezes se abria
E mostrava um mundo de amor
E além do mais, que se via
(Seria o nascer de uma flor?)
Parece que se entendia
Que pouca gente lhe dava valor.

É deste ambiente
Que a gente gosta, se o vir
E esta gente
Sabe sempre o que sente
E o que irá sentir
E sente que a Liberdade está presente
Num desejo subjacente
E a todos fará sorrir.

Na Liberdade, a alegria
Com a felicidade de um chá vem beber
E, dia após dia,
Cada um que o bebia
De certeza que faria
O amor renascer.

A injustiça e as obrigações
Saíram da minha mão
Sou livre agora em canções
E, sempre, no meu coração…
Porque é que esta Liberdade
Se encerra numa cela
Enquanto que, quem a sente,
A vê como a coisa mais bela.

O Direito à Liberdade
É para mim, para ti, para todos nós…
E, finalmente, o povo unido,
Neste sentir colectivo
Considerá-lo-á a uma voz:
“Floresce suavemente
Entra e sai na nossa mente
Para bem se praticar.

E se alguém descobrir
O que realmente está a sentir
Para sempre a irá guardar
Talvez, mesmo, partilhar.”

Tiago José Borges Quintas, n.º 26, 6.º C

O Rapaz do Pijama às Riscas - Um Final Diferente...


Na aula de Língua Portuguesa, foi pedido aos alunos que escolhessem um livro ao seu gosto, o lessem e fizessem um trabalho sobre ele. Após a leitura do livro O Rapaz do Pijama às Riscas, o aluno Fábio Abreu sugeriu um final diferente, uma vez que o livro apresentava um final trágico para as personagens que mais o cativaram.
Uma vez que se trata de um texto bem elaborado, rico em sentimentos e que mostra uma visão pura e cheia de esperança na humanidade, não podemos deixar de vos dar a conhecer aquilo que consideramos um exemplo a seguir.
[…]
- Disseste que tínhamos de procurar pistas - disse Shmuel.
- Pois, pistas… - disse Bruno a pensar que tipo de pistas costumava ver nos filmes e livros de detectives. – Já sei! Qual é mais ou menos a estatura do teu pai?
- Bem, o meu pai é mais alto, mas também mais magro do que eu.
- Assim vai ser complicado, pois deve haver milhares de pessoas aqui que sejam mais altas e mais magras que tu. Como é que ele se chama?
- Ele chama-se Boyne, mas achas que isso nos ajuda a descobrir onde ele está? -perguntou Shmuel.
- Sim, porque assim vamos perguntar às pessoas se conhecem um homem chamado Boyne que era relojoeiro e, se eles disserem que sim, perguntamos se o têm visto.
- Boa ideia. Acho que vamos conseguir!
E assim foram os dois perguntando a várias pessoas se conheciam o senhor Boyne que era relojoeiro e se o tinham visto, mas nada lhes corria bem, pois já ninguém o via há uns dias.
Quando já estavam prestes a desistir, perguntaram a um homem velhote que estava sentado no chão, que respondeu o seguinte:
- Conhecia o Boyne, mas acho que ele, a esta hora, já não deve estar vivo…
Bruno e Shmuel começaram a ficar muito nervosos e perguntaram em simultâneo:
- Porquê?
- Porque eu vi-o, ainda há pouco, a ir num grupo rodeado de soldados a marchar e normalmente, quando se vê alguma pessoa nesses grupos, é a última vez.
- Paaaaaiiiiiiii! - gritou Shmuel.
- Calma - disse Bruno a tentar acalmar o amigo – para onde é que esse grupo se dirigiu? – pergunta ao idoso.
- Para além. - indicou o homem com a sua mão muito magra e com a pele enrugada.
Bruno e Shmuel nem deixaram o homem acabar de falar e dirigiram-se logo para lá.
Entretanto já andava não só a família de Bruno à procura dele em casa e no jardim como também os soldados à procura nas redondezas. Houve um soldado que encontrou as roupas de Bruno junto à vedação e chamou imediatamente o comandante (pai de Bruno).
- Ele esteve aqui e trocou de roupa. - disse o soldado.
O comandante, ao aperceber-se que o filho estava em perigo, passou também ele por baixo da vedação e correu aos gritos à procura dele.
Ao mesmo tempo, Bruno e Shmuel já tinham encontrado Boyne mas não o conseguiram tirar de lá, pois os soldados obrigaram-nos a entrar no grupo.
O pai de Bruno continuava à procura dele. Correu todos os barracões e não o encontrou. Já estava a ficar desesperado, até que se lembrou da câmara de gás para onde eram encaminhados os judeus que iam ser mortos. Quando lá chegou, viu a porta a ser fechada e viu através do vidro a cara de Bruno.
- Parem! Abram a porta! - ordenou o pai de Bruno ao soldado que estava a fechar a porta.
O soldado obedeceu ao comandante e abriu a porta. A grande multidão que estava dentro da sala saiu a correr e, lá no meio, vinham Bruno, Shmuel e Boyne.
- Pai! - gritou Bruno.
O pai olhou para trás e viu Bruno junto a Shmuel e Boyne.
- Foram eles que te obrigaram a vir cá para dentro? - gritou o comandante quase a bater em Boyne.
- Não pai, eles não são nada do que tu pensas. O Shmuel é o meu melhor amigo secretamente, há um ano e meio, e este é o pai dele. Eles não são maus! Por favor, liberta-os a todos. - respondeu Bruno.
O pai de Bruno, ao ouvir as palavras do filho, começou a chorar e pensou em tudo o que já tinha feito àquelas pessoas que não lhe tinham feito mal nenhum e mandou imediatamente suspender todas as actividades do campo de concentração, voltando para casa com Bruno, Shmuel e Boyne.
Quando chegaram a casa, a mãe e a irmã de Bruno correram para o abraçar.
- Bruno! - gritou a mãe.
- Pensei que nunca mais te podia atormentar! - disse a irmã a sorrir.
- Quem são estes? - perguntou a mãe.
Então, Bruno apresentou Shmuel e Boyne à sua mãe.
O pai de Bruno, depois de toda aquela situação em que quase perdeu o filho, esteve muito tempo a reflectir e decidiu mudar a sua atitude deixando de ser a favor dos campos de concentração para passar a ser contra. Essa atitude levou a que o “Fúria” o tirasse do cargo de Comandante das tropas.
Toda a família voltou para Berlim para a mansão. O pai de Bruno comprou uma casa para Shmuel e Boyne e ajudou-os a recriarem a sua relojoaria, mas desta vez na Alemanha.
Depois de muito esforço, o pai de Bruno conseguiu ocupar o lugar de “Fúria” na presidência do país e assim acabou com os campos de concentração.
Depois disso, conseguiu também convencer os alemães de que os Judeus não eram nada do que o anterior “Fúria” dizia, passando a haver total liberdade de religiões e etnias na Alemanha.

Fábio Abreu, n.º 3, 9.º A

Era bom que todas as histórias (de vida) acabassem assim…